Nossa jornada: um movimento, uma comunidade, uma Fundação.
Um movimento vindo de uma grande inspiração. Soprado pelo avô Ar no ouvido da XamAM, Sacerdotisa e Psicóloga Alba Maria quando sentada no templo da mãe Terra elevava à Deusa sua prece de amor e devoção.
Essa jornada foi iniciada no ano de 1990. À época, a XamAM nem imaginava as voltas que essa decisão traria para sua vida e sua história. Terra Mirim, um pequeno pedaço de terra que deveria abrigar todos os seres que buscassem profundamente tocar no âmago de seu coração. A terra sagrada de nosso coração, na maioria das vezes tão escondida, tão velada. Uma caixinha de sonhos musicada pela nossa alma.
A comunidade começou a se constituir pelos inúmeros clientes que a XamAM atendia. Pessoas que se identificavam com a proposta e diziam sim. O desafio seria criar uma nova forma de viver, partilhando o que dentro de si clamava por se revelar e se mostrar.
Durante dez longos anos mergulhamos em nosso centro de cura interior, nos mostramos, trabalhamos arduamente nossas dores, chorando, rindo, descobrindo. Unindo, separando, uns chegavam, outros saiam...a cada chegada uma celebração. A cada partida, uma lágrima escondida na face, um pedaço de cada um/a de nós se ia, partia. Fomos aprendendo a morrer e a compreender a inefável passagem e escolha de caminhos.
Em 1992, Terra Mirim, precisou tornar-se instituição, Fundação Terra Mirim nasceu. E com esse nascimento podíamos ter um rosto social. Mas ao mesmo tempo novas responsabilidades vieram. Aos poucos fomos aprendendo a lidar com nossas duas faces, a feminina, comunidade e a masculina instituição. Nada fácil conciliar, mas hoje digo, sobrevivemos!!
Constituímos um sistema autônomo, solidário e inovador de economia onde a maior parte de nós dedicava seus dons de forma voluntária, outros faziam doações constantes e oferecíamos nossos serviços xamanicos e terapêuticos.
Queríamos descobrir e manter nossa independência. Queríamos que nosso Serviço pudesse reverberar em cada pessoa de forma vibrante, corajosa. E assim fizemos. Todo esse trabalho nos fez hoje acreditar cada vez mais em nossos talentos e em nosso destino maior. O Senhor Tempo nos ensinou, nos maturou para conseguirmos chegar até os dias atuais.
Atualmente nosso espírito de amor e respeito pela Mãe Terra nos levou a trabalhar cada vez mais através de uma energia de união e honestidade, tendo a bandeira da fé e da devoção como guia. Plantar, cuidar da terra, olhar de frente nossos desafios, aprender a expor de forma clara o que fazemos e como vivemos.
Conseguimos enxergar e valorizar grandes pérolas que nos foram ofertadas pela vida: nossa amizade, nossa irmandade, nossos valores nos fizeram ver o quanto já havíamos realizado. Atualmente, a Fundação vive da hospedagem participativa, dos aluguéis de espaços para eventos diversos , de projetos, de doações e de mensalidades que os residentes do entorno vinculados à Terra Mirim, fazem.
A comunidade vive de seus próprios talentos, trabalhando, dando cursos, realizando jornadas xamanicas, vendendo produtos naturais e principalmente ritualizando o cotidiano com meditações, ritos, ioga, cânticos em volta da fogueira e arte, muita arte. Sendo a principal delas a Arte de Viver. Olhando no olho, cuidando, amando, doando, embalados/as que somos pelos cânticos da Deusa Mãe, nosso amor e nossa Mestra.